Nas indústrias de ciências da vida, especialmente naquelas que manipulam produtos assépticos, a preocupação com a contaminação viável (microrganismos) é constante e extremamente crítica. De todos os processos de controle de contaminação, indiscutivelmente, a mais complicada está justamente na descontaminação do ambiente propriamente dito. São inúmeras variáveis que podem levar a falhas e é justamente neste ponto que os profissionais responsáveis por esta missão têm a sua maior preocupação.
Para mitigar este problema existem diversos métodos que podem ser aplicados para descontaminação de ambientes por completo. Em nossa opinião, guardadas as devidas limitações e características de cada solução, entendemos que o uso de Peróxido de Hidrogênio é a melhor forma de proteger o seu ambiente e, consequentemente, o seu produto.
Você pode se interessar também: Controle de Contaminação na Indústria Farmacêutica: como ter um processo eficaz?
Formas de aplicação do VHP
O Peróxido de Hidrogênio (H2O2) pode ser disponibilizado no ambiente por duas formas: vaporização ou aspersão. Basicamente o resultado é o mesmo, mas para estudarmos a aplicabilidade desta solução no seu ambiente precisamos como primeiro passo, avaliar a compatibilidade do ambiente a ser processado. Para isso, antes de qualquer coisa e como em qualquer tipo de guerra, temos que conhecer o nosso inimigo. Estudar quais são os microrganismos que estão presentes no ambiente alvo, ou seja, conhecer a biocarga do local (em inglês, o bioburden).
Seguindo na comparação com a guerra, da qual mencionamos acima, o comando do exército tem que conhecer o terreno no qual a batalha acontecerá. No nosso caso, conhecer todas as características do ambiente a ser sanitizado, como por exemplo:
Quais os materiais de construção deste ambiente?
Existe algum material incompatível com peróxido de hidrogênio?
Quais os equipamentos instalados lá?
Quais os itens que normalmente existem lá?
Qual o material de construção das superfícies?
Como são as portas e acessos deste ambiente? São estanques ou tem frestas? Estas podem ser trancadas ou lacradas com segurança para não serem abertas durante o processo?
Quais as características do aparelho de ar-condicionado da sala? É compartilhado ou individual?
Como foram projetados os dutos do sistema do ar-condicionado?
São compartilhados ou individuais?
São estanques?
Qual o material de construção?
Podem ser segregados com operação de flaps?
Existem diferentes pressões entre os diversos ambientes?
Existem diferenças consideráveis de temperatura neste ambiente?
Estas são algumas das preocupações que devem ser levadas em consideração quando avaliando a possibilidade do uso de peróxido de hidrogênio como sanitizante de ambientes.
Há riscos na descontaminação de ambientes por VHP?
Já no aspecto de segurança, a descontaminação por peróxido de hidrogênio é positiva por alguns motivos:
Residual do processo é água e oxigênio – A molécula de H2O2 quando quebrada gera, como resíduo do processo, uma molécula de H2O (água) e outra de O2 (oxigênio), ou seja, o residual é seguro ao meio ambiente e aos funcionários.
Processo limpo – Não é necessária qualquer limpeza após o processamento, estando a sala disponível para uso assim que a concentração do sanitizante – que deve ser medido constantemente – atinja patamares inferiores a 1 PPM.
Seguro – O peróxido de hidrogênio por ser um irritante de mucosas, é facilmente identificável quando presente no ambiente. A remediação deste problema também é simples e rápida – deixar o local e providenciar ventilação adequada.
Processo “seco” – O processamento de ambientes se dá abaixo da linha de saturação (ponto de orvalho) daquele ambiente, ou seja, não molha.
Falando em termos de restrições para o uso desta tecnologia, podemos mencionar o fato deste processo não penetrar em objetos, é um sanitizante de contato. Além disso, não é aplicável em ambientes com cargas orgânicas, que contenha materiais absorventes, ou tenha superfícies sujas (o ambiente deve estar limpo antes do processamento), o ambiente precisa estar seco e a temperatura deve estar controlada.
Enfim, como qualquer solução, há que se avaliar todos os pontos positivos e negativos de uma dada tecnologia, mas de qualquer forma, para a descontaminação de ambientes fabris na indústria de ciências da vida, por suas características, é uma excelente opção.
Venha conversar conosco para estudarmos a sua viabilidade para aplicação desta forma de controle de contaminação em sua planta.