As salas limpas são classificadas de acordo com a quantidade permitida destes particulados presentes em suspensão no ar. Quanto mais restritivo for este valor, mais limpo é o ambiente e consequentemente mais crítico é o produto manipulado.
Salas limpas estão presentes em diversos mercados industriais, mais comumente na área farmacêutica e suas derivações (veterinárias, pesquisa & desenvolvimento, etc.). Também são muito importantes na indústria de eletrônicos, na fabricação de discos rígidos para computador, circuitos eletrônicos, televisores e telefones.
O projeto, construção e operação de salas limpas é baseado em diversas normas e seguem rígidos padrões. Estes ambientes têm parâmetros de:
Fluxo de ar;
Pressão;
Temperatura;
Umidade;
Ruído;
Iluminação;
Vibração.
Entre outros, cuidadosamente controlados para que a condição esperada de limpeza não seja afetada pela dinâmica necessária da operação da planta fabril.
Todo o projeto e operação é exaustivamente desenvolvido para reduzir ao máximo qualquer possível inserção, geração ou ainda retenção de contaminantes.
Qualquer sala limpa somente pode ser posta em operação após uma série de testes e desafios. Os quais chamamos de Qualificação e consequente Certificação que atesta o padrão de conformidade de que o ambiente e os processos nele inseridos estão de acordo com o esperado. Afinal, um erro na operação de uma sala limpa pode colocar uma população inteira sob risco de contaminação.
Regulação e normas das salas limpas
As salas limpas devem seguir os parâmetros específicos em seu projeto e construção. Como por exemplo as normas técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e INMETRO. Assim como as resoluções da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e do Food and Drug Administration (FDA). E claro, ainda existem requisitos particulares que vão depender dos processos a serem feitos dentro do espaço e os procedimentos da indústria em questão.
A nível internacional, a primeira norma a respeito das salas limpas foi publicada pela Força Aérea Americana ainda em 1961 – o Manual Técnico TO 00-25-203. Porém, a norma Federal Standard 209, teve maior influência nas diretrizes das salas limpas, servindo de base para a brasileira. Norma BRN ISO 14644-1:1999, que se refere à classificação da limpeza do ar em termos de classificação de partículas. A ABNT usa essa mesma norma desde 2015, que substituiu a NBR 13700 Classificação e Controle de Contaminação.
Como construir uma sala limpa?
Existem empresas muito capacitadas para auxiliá-lo nesta fase. Tentar fazer tudo sozinho é bastante arriscado, porém como regra geral podemos dizer que:
Todos os materiais usados no projeto e na construção devem ser cuidadosamente estudados. Para que estes, por si só, não causem problemas para o correto funcionamento destes ambientes. Os materiais para salas limpas têm como características básicas serem de fácil limpeza, fácil manutenção e não podem gerar partículas.
Salas limpas tem alguns acessórios que devem ser considerados, como por exemplo a utilização de antecâmaras, painel de divisórias, caixas de passagem, unidade de filtragem, unidade de ventilação, cantos arredondados, visores com vidro duplo e ainda portas especiais para ambientes limpos, em aço, alumínio ou aço inox.
Todos os cantos do ambiente, pisos, paredes, e teto, devem garantir o máximo de limpeza e o mínimo de contaminação. Estas partes devem ser de fácil limpeza e manutenção e em cores claras, para facilitar a visualização de qualquer possível sujeira.
Qualquer equipamento, acessório ou mobiliário de uma sala limpa deve ser meticulosamente estudado para não interferir na qualidade final do ar deste ambiente.
Como manter uma sala limpa
As palavras de ordem na indústria no quesito como manter os níveis de segurança numa sala limpa são: 1) procedimento, 2) treinamento, 3) controle 4) limpeza.
Procedimento – tudo que for realizado em uma sala limpa deve ter sua operação estudada de forma a minimizar/evitar contaminações. Pessoas e equipamentos podem facilmente destruir a qualidade de uma sala limpa, mesmo sem qualquer intenção.
Treinamento – ninguém que não tenha sido treinado pode ter livre acesso a uma sala limpa. Itens corriqueiros podem ser muito arriscados em um ambiente controlado. Um simples cosmético (batom, máscara, pó), uma tosse, uma gastrite, um caminhar mais rápido, uma movimentação de braços. Ou até mesmo uma peça de roupa que solte fibras, pode colocar tudo a perder.
Controle – a contaminação é invisível, portanto, equipamentos que fiquem controlando os padrões de qualidade como: nível de particulados em suspensão no ar, a temperatura, o fluxo de ar, a pressão da sala, a sua umidade, como alguns exemplos, deve ser constantemente monitorados e avaliados.
Limpeza – qualquer limpeza também precisa ser avaliada para garantir que este processo não agrave uma situação controlada. Materiais (panos, mops, carrinhos de limpeza) também devem ser especiais. Realizar a limpeza com produtos ou equipamentos errados, pode afetar todo o ambiente.
A ABH conta com as melhores soluções para a sala limpa da sua indústria, desde o projeto, execução e manutenção. Entre em contato agora mesmo através do formulário e saiba mais!