Esterilização é um processo pelo qual um determinado agente esterilizante é utilizado com o objetivo de reduzir para uma margem de segurança adequada a carga de microrganismos presentes inicialmente em um determinado item. É importante lembrar que o termo esterilização não permite superlativos ou diminutivos, como por exemplo: “muito estéril, meio estéril, pouco estéril” ou qualquer outra forma de maximizar, ou minimizar, o evento.

A forma correta de se abordar esse assunto (esterilização) é conceber que um determinado item, depois de ser processado (ou esterilizado) é considerado apropriado para um determinado fim (ou estéril), se o seu nível de segurança de esterilização (SAL em inglês que significa: Sterility Assurance Level) adquirido após o processamento estiver de acordo com o processo no qual este produto será utilizado.

No ambiente industrial ou hospitalar jamais admitimos que um item está absolutamente livre de contaminantes, mas que este item tem uma probabilidade muito (mas muito) baixa de ter um organismo vivo (viável) dentro de um espectro muito grande de organismos vivos. Um produto é normalmente considerado estéril quando a probabilidade de sobrevivência da vida microbiana é menor do que um em um milhão (1:1.000.000), mas isso varia de processo a processo.

Esterilização por calor úmido

 

A esterilização de itens pode se dar por diversos meios, porém o mais usado tanto no ambiente industrial quanto no hospitalar é a esterilização por meio do calor úmido obtido através da aplicação do vapor de água sob pressão. Vale lembrar, mesmo que seja óbvio, que este método só pode ser escolhido ou aplicado se o item a ser esterilizado tenha a capacidade de suportar a carga de pressão e temperatura a qual será submetido.

Para este caso, o equipamento usado é a AUTOCLAVE (ou esterilizadora) que consiste em uma câmara onde os itens serão corretamente dispostos (depois de estudos comprobatórios de performance) e depois que a(s) sua(s) porta(s) são fechadas e travadas o vapor de água (que doravante, neste texto, somente chamaremos de “vapor”) é inserido sob pressão com o objetivo de elevar a temperatura daquele ambiente. Quanto mais pressão colocarmos no equipamento maior será a temperatura a qual os itens internamente serão submetidos.

De forma prática, os processos para a esterilização de itens de laboratório, produção ou até mesmo hospitalares utilizam as temperaturas de 121ºC ou 132ºC. As mesmas que Louis Pasteur, Charles Chamberland e mais tarde Robert Koch utilizaram para desenvolver os primeiros processos de esterilização nos anos 1874 e 1881, respectivamente.

Como garantir a eficiência da esterilização por vapor

A esterilização por vapor é largamente conhecida e bastante robusta, porém alguns detalhes devem ser considerados para que a eficiência do equipamento e do processo em si:

  1. Geração do vapor a ser utilizado que pode advir de uma fonte externa (caldeira da planta, por exemplo) como de uma fonte interna (gerador de vapor instalado no próprio equipamento) e consequentemente qual água será utilizada para esta geração. A decisão de qual utilizar está diretamente relacionada aos itens que serão esterilizados.

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  2. Qualidade (título) do vapor, ou seja, a relação de umidade presente no vapor que não pode ser excessiva (vapor supersaturado) ou demasiadamente reduzida (vapor seco). A correta proporção é peça chave na eficiência do processo. A umidade tanto pode ser benéfica para o processo quanto maléfica, tudo depende da sua quantidade.

  3. Alocação da carga dentro do equipamento, que deve estar sempre de acordo com os estudos de qualificação de desempenho realizados logo após a instalação do equipamento.

  4. Embalagens utilizadas. Todas as embalagens devem ser apropriadas para o processo e somente podem ser alteradas após um novo estudo de desempenho ser realizado

  5. Manutenção do equipamento. Este ponto é bastante esquecido e somente lembrado quando o equipamento está inoperante. A grande maioria dos defeitos apresentados podem ser facilmente evitados se uma rotina de manutenção de prevenção fosse corretamente aplicada.

  6. Itens de controle do processo, como por exemplo os indicadores de performance (ou desempenho) como os IQ (indicadores químicos), IB (indicadores biológicos) e os IQ específicos como os testes Bowie-Dick.

Autoclaves são equipamentos seguros e há muito tempo conhecidos. Entretanto, ainda vemos muitas indústrias e hospitais cometendo erros básicos que podem colocar a sua reputação e qualidade a perder. Se você está com dúvidas quanto ao seu processo, seu equipamento ou como seria a melhor forma de operá-lo, fale conosco.

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