Segundo o Ministério da Saúde, para a Agência Brasil, do total de diabéticos brasileiros, pelo menos 6,5 milhões necessitam do uso de insulina no tratamento, para controle adequado da glicemia. Mas como ela foi desenvolvida? Qual é a sua história? Neste artigo, vamos elaborar essas questões.
Breve introdução à insulina
De acordo com a Revista SUS: “A diabetes é uma doença crônica não transmissível relacionada com o aumento dos níveis de glicose no sangue”. Assim, os pacientes necessitam do uso de insulina para controlar o nível de açúcar.
A história da insulina
Antes da descoberta da insulina em 1921, as dietas com baixa ingestão de carboidratos eram o tratamento mais eficaz para prolongar a vida de pacientes diabéticos. Com isso, muitos pesquisadores propuseram estudos para que houvesse um método seguro e estável que substituísse essa forma de alimentação.
Processo de criação
Em 1889, dois pesquisadores alemães, Oskar Minkowski e Joseph von Mering, descobriram que quando a glândula pancreática era removida de cães, eles desenvolviam sintomas de diabetes e morriam depois. Logo, isso levou à ideia de que o pâncreas era o local onde as “substâncias pancreáticas” (insulina) eram produzidas.
Já em 1910, Edward Albert Sharpey-Shafer sugeriu que apenas um composto químico estava faltando no pâncreas das pessoas com diabetes: a insulina.
Onze anos depois (1921), um jovem cirurgião chamado Frederick Banting e seu assistente, Charles Best, descobriram como extrair essa substância do pâncreas de um cachorro.
Assim, para aprofundar mais os estudos, eles mantiveram outro cão com diabetes grave vivo por 70 dias, o qual só morreu quando não havia mais extrato.
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Um ano depois (1922), Leonard Thompson, um adolescente de 14 anos com 29 quilos, fez história ao ser o primeiro paciente com diabetes a receber tratamento com insulina.
Após Banting e Best injetarem o extrato, que era descrito como uma substância espessa de cor marrom, Leonard experimentou uma redução nos níveis de açúcar no sangue.
Em seguida, a empresa Nordisk Insulinlaboratorium, conhecida no Brasil como Novo Nordisk, iniciou a fabricação do medicamento na Escandinávia.
Próximos passos
Posteriormente, em 1946, o farmacólogo Hans Christian Hagedorn fez uma descoberta significativa ao identificar a insulina NPH, um método hormonal de ação prolongada. Dessa forma, essa inovação possibilitou que indivíduos com diabetes reduzissem a necessidade de injeções diárias.
Quatorze anos depois, os pesquisadores perceberam a existência de diversos tipos de diabetes, sendo o tipo 2 o mais prevalente. Atualmente, a medicina se concentra em compreender as características distintas de cada tipo de diabetes e desenvolver medicamentos específicos para cada tratamento.
Por fim, os cientistas produziram a primeira insulina sintética ‘humana’ geneticamente modificada em 1978, utilizando bactérias E. coli para a produção. Assim, a insulina alcança o marco de ser a primeira proteína terapêutica desenvolvida mediante a tecnologia de DNA recombinante.
Na década de 1980, as bombas de insulina tornaram-se amplamente acessíveis, proporcionando às pessoas com diabetes a possibilidade de usufruir da administração contínua e personalizada de insulina ao longo do dia, conforme necessário.
Cinco anos após o desenvolvimento das bombas, os pesquisadores desenvolveram a primeira caneta de insulina. Desse modo, as pessoas puderam notar um avanço significativo na qualidade de vida, eliminando a necessidade de utilizar incômodas seringas de vidro.
Com isso, muitos diabéticos têm uma melhor qualidade de vida, graças aos avanços científicos que começaram há mais de 100 anos e perduram até hoje.
Texto adaptado de: The History of a Wonderful Thing We Call Insulin | ADA
Referência: 100 anos de insulina
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