A vaporização de peróxido de hidrogênio é uma excelente forma de, descontaminação de ambientes, ou em processos que necessitam de esterilização de produtos sensíveis em autoclaves, como: ampolas emblistadas, ou dispositivos médicos, por exemplo.

Além de ser uma ótima alternativa aos produtos tradicionais, reconhecidamente tóxicos e nocivos, esse processo é realizado em temperatura ambiente. Dessa forma, é seguro ao ser humano e é ecologicamente correto, afinal os subprodutos do processo são: água e oxigênio.

A história do processo de vaporização de peróxido de hidrogênio

A primeira aplicação de vaporização de peróxido de hidrogênio comercial foi realizada em 1980. Estes sistemas foram desenvolvidos para a desinfecção de áreas fechadas como salas, isoladores ou cabines de segurança.

Nos anos 2001 e 2002 esta tecnologia foi usada para descontaminar prédios inteiros contaminados com o Bacillus Anthracis (Antrax) durante o período de bioterrorismo nos EUA. Nos últimos 10 anos ficou claro que o Peróxido de Hidrogênio, tanto em forma gasosa quanto liquida, tem capacidades distintas, porém extremamente positivas, quanto ao seu poder de destruir microrganismos – veja tabela abaixo:

Desde então o VHP tem sido largamente utilizado na indústria de ciências da vida, indústria de correlatos e em hospitais, descontaminando diferentes ambientes, equipamentos e objetos.

Como funciona o processo de vaporização de peróxido de hidrogênio

Como o próprio nome já sugere, a vaporização do peróxido de hidrogênio é realizada pelo gotejamento da solução aquosa em uma superfície quente gerando assim uma nuvem de vapor que é imediatamente acrescida a um fluxo ar seco criando uma mistura oxidante que será então carregada para o seu objetivo.

1ª Fase – Desumidificação:

Tendo esta mistura (ar seco + vapor de H2O2) um alto grau de umidade, a primeira fase do processo deve ser impreterivelmente a desumidificação do ambiente alvo. Esta fase é particularmente importante pois a adição desta mistura em um ambiente com a umidade relativa já elevada poderia saturar o ar criando gotículas e molhando o ambiente.

Como vimos na tabela mostrada anteriormente, a fase líquida do peróxido de hidrogênio, do ponto de vista microbiológico, não é tão eficiente em comparação a sua fase gasosa, portanto, como um primeiro objetivo temos que criar condições para que o ambiente (seja uma sala, uma cabine, um isolador ou uma autoclave) não atinja o seu ponto de orvalho.

Além da redução da eficiência a fase líquida do peróxido de hidrogênio é corrosiva e gotículas que venham a ser criadas e fiquem depositadas podem causar bolhas em pisos de epóxi ou corrosão em peças metálicas como dobradiças e maçanetas de portas.
Estudos mostram que o vapor de H2O2 é seguro para descontaminar ambientes com equipamentos eletrônicos, sendo este mais um motivo para não permitir que o ambiente fique úmido. Outro ponto importante é lembrar que gotículas formadas são mais difíceis de secar, impactando muito na última fase do processo, onde buscamos uma concentração final de esterilizante, como explicaremos abaixo.

O ambiente previamente desumidificado abre também a possibilidade do aumento da concentração de vapor de H2O2 dando condições para que o processo seja ainda mais rápido (também explicitado na tabela acima).

Como referência, a fase de desumidificação faz com que os ambientes variem de 30% até 50% de umidade relativa e microambientes, como isoladores e cabines, de 10% a 20%.

2ª Fase – Condicionamento

Nesta fase o equipamento vaporizador injeta a mistura elevando gradativamente a concentração do agente oxidante no ambiente. Estudos de validação de ciclo vão apontar precisamente o porcentual máximo de H2O2 que aquele determinado local tem capacidade de receber.

3ª Fase – Exposição

Nesta fase o equipamento diminui o volume de injeção da mistura oxidante com o objetivo de manter, por um determinado tempo, a concentração do vapor de peróxido de hidrogênio dando condições para sua ação de destruição microbiológica.

É importante salientar que o peróxido de hidrogênio é um esterilizante de contato, ou seja, o ambiente precisa contar com ventiladores estrategicamente colocados para misturar o ar ambiente com o fluxo de ar oxidante inserido.

4ª Fase – Expurgo e Aeração

O equipamento cessa a injeção de peróxido e a mistura pode ser descartada no meio ambiente ou colocada em contato com um equipamento catalisador, onde o H2O2 será quebrado em moléculas de H2O e O2 (água e oxigênio), reduzindo assim a concentração do oxidante no ambiente.

Neste momento o suprimento de ar do ambiente passa a injetar ar “novo” no ambiente. O objetivo agora é chegar abaixo de 1 ppm de concentração de H2O2, limite este considerado seguro para o ser humano e para o processo.

Propriedades do VHP

Os maiores benefícios da aplicação do peróxido de hidrogênio são sua segurança tanto para pessoas quanto para o meio ambiente (novamente frisando que o subproduto do processo é água e oxigênio) e a sua rapidez e espectro de ação microbiana.

Em relação aos objetos processados, dentro do ambiente, como uma desvantagem deste processo, estes não podem ser absorventes, como papel, tecido e assim por diante. Também não podem ser orgânicos, pois são naturalmente atacados pelo peróxido, e não podem ser catalisadores de peróxido, já que quebram a molécula de H2O2.

Conclusão

A ação microbiana do peróxido de hidrogênio é conhecida há mais de 100 anos e a sua aplicação industrial tem sido mais e mais usada ao redor do mundo. Como qualquer processo, tem seus pontos positivos e seus pontos que requerem atenção para que o projeto não saia do controle e venha trazer prejuízos.

O processamento com vapor de peróxido de hidrogênio NÃO pode ser visto, ou seja, o ambiente que recebe a mistura oxidante NÃO pode ter qualquer sinalização de umidade ou aspersão de líquido.

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